domingo, 30 de agosto de 2009

Não me cabe no possível

Não me cabe no possível a fragilidade da vida.
Não me cabe no possível uma vida interrompida.
Não me cabe no possível não saber quando se está dando o último abraço.
A impossibilidade de voltar o tempo,
A inevitabilidade da tragédia anunciada,
A impassibilidade diante da morte,
Os bons morrerem cedo,
Também não me cabem no possível.

Não me cabe no possível saber
que um sorriso singularmente contagioso não ilumina mais esse mundo.
Que um espírito vibrante, enteosusiamado, não habita mais um corpo.
Que uma história de amor ficou em um ponto e vírgula.

Não me cabe no possível intuir
quanto sofrimento há nos silêncios diluídos.
Quantas lágrimas escondem outras lágrimas.

Só me cabe no possível a lembrança do sorriso. Do abraço confortável. Do amigo. Do coração do tamanho do universo. Do apoio. Do entusiasmo.
Cedo demais, ele, que era todo entusiasmo, está no seu lugar.In teos.

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