sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Corre, corre: vem chegando o Natal

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Corre, corre,


Pro Menino nascer feliz...



Corre, corre

O espírito aprendiz...



A mãe faz faxina geral;

A avó, biscoitos de Natal.

O avô arruma o pinheiro

Trabalha, trabalha o dia inteiro.



A tia ralha com o menino:

- Olha só, escuta o sino!

Papai Noel está espiando.

Acho bom ir se comportando!





O pai monta o presépio, muito ocupado:

Manjedoura, vaquinhas, tudo com lugar marcado.

Entram os três reis magos em fila indiana:

Melquior, Baltazar e Gaspar trazem presentes bacanas.

Depois, Maria e José – e, para a sagrada família completar,.

No centro, o Menino Jesus vem a todos iluminar.





O guri queria que sempre fosse Natal

Cheiro de comida boa

Sua gente sorrindo à toa

Nem precisava presente

Já está todo contente.

Do Papai Noel, tem até pena...

Andar de trenó, puxado por rena

Aos solavancos, deve ser desconfortável!

E aquela roupa? Calor insuportável!

O Menino Jesus não iria querer

Fazer um pobre velhinho derreter!





- O Papai Noel merece um descanso!

Falou o guri, do seu jeito manso.

O Avô deu uma gargalhada.

A avó abafou uma risada.

- Esse garoto tem cada ideia mirabolante!

Falou a tia implicante.

A gente faz a festa de aniversário do Jesus Menino

Mas esquece de convidar o aniversariante

Só lembra do Papai Noel, com suas botas, presentes e sino.

O guri percebeu: algo estava errado...

Alguém ali estava muito enganado!

Festa de aniversário sem o aniversariante?

Roupa comprida com calor escaldante?



Foi procurar explicação.

Do avô, ouviu a lição:



Natal mesmo é no coração da gente

Amor é o maior presente

Essa é a mensagem do menino Jesus

Lembrada nessa noite de luz.



Presentes, bolas coloridas

Alegram, sim, nossas vidas

Mas o mais genial

É a verdadeira lição de Natal:

Todos pararam seus afazeres

Era a hora de ir além dos deveres.

Todos juntos cantando a velha canção

Que traz paz, alegria e amor ao coração.

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Discurso da paraninfa - Fundação Evangélica - 16/12/10

Queridos formandos!






É com muita honra e emoção que coube a mim, em nome de seus professores, como paraninfa, dirigir as últimas palavras a todos vocês juntos pela última vez. Hoje é um dia de especial alegria pra vocês, assim como para seus familiares, amigos e professores. É o dia da formalização de uma passagem que significa a transição da vida adolescente para o mundo adulto, das responsabilidades em maior número e em maior intensidade.

Essa passagem, para seus professores e pais, parece que se deu de forma muito rápida. Parece que foi ontem que eu lhes estava dando as boas-vindas ao terceiro e melhor ano do Ensino Médio. Também para seus pais parece que faz tão pouco tempo que os levaram, pela mão, ao primeiro dia de aula.

Neste mundo adulto, esperamos que não se esqueçam desta escola, dos ensinamentos que aqui obtiveram, mas – principalmente – que não se esqueçam das lições paralelas que aqui tiveram, daquelas lições – vivenciadas, presenciadas, ouvidas – que falam não tanto à razão, mas ao coração e à sensibilidade.

No entanto, vocês não apenas levam ensinamentos desta escola: todos nós aprendemos – e muito – com todos vocês. As três excelentes turmas deste ano deixarão, cada uma a seu modo, muita saudade. Poderia compará-las ao estereótipo da família com três filhos. Nessa metáfora, a terceira A seria a irmã mais velha: responsável, exemplar. Marcou para sempre essa escola com sua eterna busca pela excelência: não se tratava apenas de obter notas altas, mas de entender os meandros de cada assunto, de cada detalhe, de cada vírgula. Já a terceira B seria a irmã do meio: contestadora, chamando atenção da sua maneira peculiar. Reuniu, na mesma sala, pessoas com personalidades fortíssimas e provou que palavra, caráter, honestidade e transparência são, sim, características dos jovens de hoje. Já a terceira C, a irmã caçula, lega a essa escola, como marca indelével, a alegria de viver, as demonstrações de afeto, a generosidade e a ternura.

Todas essas características reunidas fazem, portanto, com que nossas expectativas em relação a vocês, queridos formandos, sejam altíssimas. Apostamos alto em vocês: desejamos, do fundo de nossos corações, que possam liderar a necessária e urgente mudança dos rumos absurdos que nossa sociedade vem tomando. Esperamos que vocês possam ousar ser e ter vozes dissonantes da “grande massa”, que realmente tenham a coragem de enfrentar o desafio da construção de um mundo mais justo, onde não haja espaço para o egoísmo, para a ganância, para a miséria, para a violência. Sabemos que vocês trazem as mentes e os corações prontos para essa tarefa, pois carregam consigo a coerência necessária para saber que qualquer prática desvinculada do respeito ao próximo, do amor, da solidariedade, do desprendimento pessoal em favor de uma coletividade, entre outros valores atemporais, não será algo de que vocês poderão se orgulhar, porque não edifica o ser humano, mas reforça a construção de uma sociedade injusta, como vem se configurando, infelizmente, a nossa. Vocês aprenderam em História que, muitas vezes, o apogeu pode ser o início do fim e que a intolerância só traz tragédias; aprenderam, nas aulas de Literatura, a olhar o outro com respeito às individualidades e às suas capacidades criadoras, sabendo que cada um traz consigo um interior riquíssimo, único e irrepetível; aprenderam em Matemática que não é possível apenas somar e multiplicar em detrimento do dividir; em Física, aprenderam que cada ação sua corresponde e corresponderá a uma reação; enfim, tudo aprenderam de tudo porque se fizeram “gente”.

Para finalizar, gostaria de dar minhas duas últimas tarefas. Não é preciso anotar: há que se levar no coração. A primeira: jamais temam o tamanho dos seus sonhos: se eles nasceram de vocês, é porque são capazes de dar conta deles. Como disse Monteiro Lobato, “Tudo é loucura ou sonho no começo. Nada do que o homem fez no mundo teve início de outra maneira - mas já tantos sonhos se realizaram que não temos o direito de duvidar de nenhum.” E daí advém minha derradeira tarefa: vão lá e arrasem!

Muito obrigada!

Discurso de formatura - Letras/Faccat - 10/12/10

Queridas afilhadas.



É com muita emoção que lhes dirijo, como grupo reunido, as últimas palavras. Agora já formadas, teria tanto ainda para lhes dizer, mas, como convém ao momento, propus-me a aplicar a máxima conversacional do filósofo da linguagem Grice, de apenas “dizer o que for necessário e não mais do que isso.”

O que considero estritamente necessário dizer neste momento? Primeiramente, que dez de dezembro de 2010 não é apenas uma data com um interessante jogo sonoro. Trata-se de um marco, que ficará guardado no rol das mais caras recordações não só das nossas queridas formandas da quarta turma de Letras das Faculdades Integradas de Taquara como também de seus familiares e de seus professores. Com o tempo, talvez a data exata seja esquecida, porém a marca indelével nos corações será a das amizades e das emoções vivenciadas nesses anos todos nesta casa. E digo “casa” pois foi justamente nisso que vocês, queridas afilhadas, transformaram a Faccat: em um segundo lar, com todas as implicações semânticas do termo. Com metas em comum, vocês foram criando laços, compartilharam alegrias e tristezas, vitórias, decepções, opiniões. Nesse clima, os sábados transformavam-se em momentos de muitas celebrações: o culto ao saber, às amizades, à vida, enfim. Indubitavelmente, essa lição de humanidade e de solidariedade é um dos grandes diferenciais que vocês levarão consigo para suas vidas profissionais e que saberão, magistralmente, transversalizá-la nas suas práticas docentes.

Entretanto, há que se destacar que não só de lições paralelas, que falam não tanto à razão, mas ao coração e à sensibilidade, foram feitas as suas trajetórias nesta faculdade. Para o orgulho de seus familiares e de seus professores, vocês brilharam no mundo acadêmico. Senhores pais, maridos, namorados, filhos e netos: será difícil alguma turma repetir o feito dessas 19 formandas, as quais eu tive o privilégio de acompanhar mais de perto neste último ano: os excelentes resultados obtidos nos trabalhos de conclusão de curso, com um número muito expressivo de aprovações com distinção. Isso foi fruto de muita dedicação, empenho e, sobretudo, de competência. Cada uma, a seu modo, destacou-se, seja pela liderança, pela capacidade de expressão ou pelos exemplos de dedicação e persistência. Apesar das diferenças, todas essas personagens protagonizaram a crônica diária que vivenciamos, cujo tempo psicológico, por vezes, voou e, por outras, arrastou-se. Mas o melhor de tudo foi o decorrer do curso, quando a aprendizagem se concretizou. Portanto, há que se concordar com o que disse Riobaldo, personagem de “Grande sertão: veredas”, de Guimarães Rosa: “Digo: o real não está na saída nem na chegada: ele se dispõe para a gente é no meio da travessia”.

Parece que o tempo passou rápido, que foi ontem que vocês, queridas afilhadas, iniciaram o curso, na disciplina de Teoria Literária I. Como diz a Boneca Emília, em suas memórias, “a vida é um pisca-pisca. Pisca e mama, pisca e anda, pisca e ama, pisca e cria filhos, pisca e geme os reumatismos”. Então, todos nós piscamos, e hoje vocês estão se formando. Para algumas famílias, este momento representa a concretização de um sonho: ver a filha formada. Algumas das formandas, inclusive, são as primeiras da família a completar a graduação, o que torna ainda mais especial este momento.

A esta altura, de acordo com o que se convencionou para o gênero textual discurso, deveria dizer algumas palavras a fim de conclamá-las ao cumprimento dos deveres inerentes à profissão. Entretanto, julgo redundantes tais palavras, uma vez que isso já foi feito à exaustão durante o curso, e as práticas de ensino demonstraram que vocês já incorporaram essa postura no exercício docente. Por isso, direi apenas o seguinte: queridas afilhadas, continuem empregando seus conhecimentos da melhor maneira possível, livremente, corretamente, em favor do próximo, em benefício da coletividade, em proveito do povo e da nação a que pertencemos.

Por último, gostaria que, neste momento, ressignificassem um conhecido poema de Fernando Pessoa, que pode ser entendido como um código não só para a realização profissional como também pessoal, que diz:

Para ser grande, sê inteiro: nada

Teu exagera ou exclui.

Sê todo em cada coisa. Põe quanto és

No mínimo que fazes.

Assim em cada lago a lua toda

Brilha, porque alta vive.



Espero que o brilho desta noite seja o prenúncio do seu sucesso, porque, se ele depende só de vocês, não há dúvidas de que chegará em uma magnitude muito maior do que a que presenciamos na noite de hoje. Brilhem muito! Em grandes constelações! Não necessariamente nas já descobertas, mas naquelas intrínsecas a cada uma de vocês!

Parabéns!

Muito obrigada!