Ele estava parado no local onde ela imaginara. Ela estacionou mais adiante. Seus comparsas, em outro carro, deram uma volta na quadra para ver se a barra estava limpa. Infindáveis dois minutos até a abordagem. Pelo retrovisor, viu quando dois brutamontes o socaram para dentro do carro. Arrancaram em alta velocidade e ela os seguiu até o local combinado.
Quando ela entrou na velha cabana abandonada, ele já estava amordaçado e amarrado sobre uma mesa, do jeito como ela planejara. Pagou os brutamontes e mandou-os embora. Ficaram apenas dois enfermeiros auxiliares. O resto era com ela.
Pegou a mala que trouxera no dia anterior. Arrumou tudo sobre uma mesa de apoio: bisturi elétrico, bisturi frio, tesouras retas e curvas, pinças. Depilou as costas, passou um líquido alaranjado. Diante da passividade do homem, ela provocou:
- Você quer saber o que lhe vai acontecer? Ah, coitadinho, não pode responder...
O homem nem se moveu. Ela queimou-se:
- Lembra daquela criancinha que você matou? Pois é, a polícia não o pegou.
O homem deu um grunhido. Ela interpretou como uma risada.
- Mas eu peguei. Eu sou bem pior do que polícia.
Ele continuava a grunhir. Ela irritou-se:
- Deboche, é? Vou lhe dar a chance de redenção. Vai doar vários órgãos para salvar vidas de papais e mamães de várias criancinhas como aquela que você...
O homem debateu-se. Era tudo o que ela queria.
- Assim, com emoção e sem anestesia é o que gosto.
E ordenou:
- Bisturi, por favor!
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